O Rio Douro nasce em Leão (Espanha) e desagua no Porto. Foi ele que deu o nome à Região Demarcada. O vinho chegava aos aos armazéns de Gaia, em frente ao Porto, depois de uma perigosa travessia desde a Régua. Era transportado pelos barcos rabelos e o seu nome inicial era Vinho de Ribadouro. O Douro era um rio perigosíssimo até aos anos 70 do séc. XX, altura em que foi feito um sistema de barragens e eclusas que amansaram o caudal.
O Vinho do Porto surge com a sua especificidade devido a três factores distintivos: o clima; o solo; e as castas escolhidas.
A zona está separada do clima severo do Atlântico pela Serra do Marão, conhecida pela sua intransponibilidade. Uma barreira protectora para as uvas. A zona sofre Invernos rigorosos e Verões tremendamente secos. As vinhas são plantadas em vertiginosas encostas. Até aos anos 20, eram plantadas exclusivamente em socalcos suportados em muros, totalmente construídos à mão. Os desastres fatais eram (e são) frequentes. Só permitiam o cultivo de uma fila de de vinha. Muito trabalho e pouca uva, era o resultado. Com a introdução da recto-escavadora foi possível penetrar mais fundo no terreno e dispensar os muros de suporte. Os patamares construídos (veja-se a foto) passaram a permitir duas filas de vinha a uma distância de dois metros, uma da outra, sendo agora o trabalho feito mecanicamente. É possível com o "sistema de patamares" obter 3500 vinhas por hectare. Outro sistema, recentemente introduzido, é a plantação na vertical. A inclinação deve, porém, ser inferior a 45%. Aumenta-se a quantidade de vinhas para 5000 por hectare. Embora, presentemente, o trabalho na vinha seja quase totalmente mecânico, a víndima continua a ser manual. É mais caro, mas assegura-se a qualidade da uva. Só os cachos em bom estado e bem maduros são recolhidos. O solo da região demarcada é, também, importante na característica final do vinho. O solo é proveniente de um rompimento de rocha xistosa, sedimentária, que constituíu há milhões de anos o fundo de um lago. Grandes cataclismos determinaram que a rocha tivesse mudado da posição horizontal para vertical! Essa inversão deu ao solo uma porosidade muito especial e rica em nutrientes. Há vinhas cujas raízes conseguem penetrar no solo mais de dez metros em busca de água. Deixo para amanhã a problemática das castas. Já estou cheio de sede...
jp
7 comments:
(em resposta ao seu comentário no meu post)
express,
...livre-se de me as levares!!! estas não são prendas não!!!
estas são da casa ahahaha
(brincando)
beijito
Adoro vinho do Porto, os vintages.... hummmmmmmmmmm!!!! muito bom, com o bolo de arouca, então.... nem se fala. Lá para Agosto quem sabe, volto a saborear.
Esta região é mesmo muito especial
Lindo post.
@-dis-cursos
Hummmmmm! Que delícia!
Estou amando os teus posts!
Quem dera eu saber tanto assim sobre o vinhoooo!
Sou apenas uma apaixonada por ele, por ser vivo
e imprevisivel.
esta coisa de fazê-lo e só depois de um ano saber se ficou bom me encanta!
Quero te agradecer pelo convite, mas vou ficar aprendendo contigo.
Grande beijo e por mim podem durar semanas esta linda pesquisa.
Tim tim. lili
Parabéns por em meia dúzia de linhas dizer tanta coisa e tudo certinho. Nem a vinha ao alto (ou vertical) ficou esquecida.
Fantástico, meu amigo!
(E foi tudo aprendido no Carnaval, suponho...)
Ellen: mas aquele é muita giro!
Ju: vai um vintage rubi?
Lzete: ainda bem que pôde aparecer.
João: foi sem querer, mas por acaso aprendi tudo de repente!
Jorge, aqui eles dizem que são as vinhas plantadas nas encostas, principalmente quando voltadas para o lado mais ensolarado que dão as melhores uvas. E a época da "vendange", que também é manual, é sempre uma festa, vem gente de todos os cantos para participar.
Está muito legal esta tua série do vinho do Porto!
Abraços.
Ainda bem que estão a gostar. Vamos ver se chego ao VINTAGE...
Post a Comment