Os vinhos do Porto estão sujeitos a classificação rigorosa. Os vinhedos podem ser de nível A a F. Os vinhedos classificados com o nível A e B são os únicos autorizados a produzir os "Vintage" e os "Single Quinta Vintage". A classificação é dada pelo Instituto do Vinho do Porto que concede uma licença, na qual se especifica as quantidades de vinho do Porto que podem ser confeccionadas. No caso dos "Vintage" só são permitidos 600 litros por cada 1000 vinhas. A classificação obedece a múltiplos parâmetros: a produtividade; altitude; tipo de clima; tipo de solo; espaçamento das vinhas; exposição ao solo; tipo de uvas; tipo de poda; etc, etc. A pontuação máxima é de 1630 pontos. Depois vai baixando de 200 em 200 pontos até à letra F.
Os ingleses estiveram envolvidos com o vinho do Porto desde o séc. XVII. O teor encorpado dos vinhos agradava-lhes e substituía o Bordeaux, cuja importação era dificultada pelo permanente estado de guerra com França (a guerra dos "Cem Anos", na verdade durou 300). Por outro lado, desde o tempo da 2ª dinastia (D. João I, 1383) havia uma aliança com Portugal, aliança reforçada com o Tratado de Methwen, de 1703, conhecido pelo "Tratado dos Panos e dos Vinhos", e que garantiu privilégios alfandegários de entrada em Inglaterra dos vinhos, em relação aos franceses e alemães. Os comerciantes ingleses começaram a perceber que o vinho viajava mal por mar e azedava frequentemente. Passaram a juntar-lhe aguardente para estabilizar (há quem defenda que este processo era já usado pelos portugueses na rota dos Descobrimentos. Este sistema evoluiu para a fortificação do vinho (junção de aguardente vínica) em pleno processo de vinificação, interrompendo a fermentação dois ou três dias depois de ter começado, permitindo a conservação de parte do açúcar das uvas que, assim, não se transforma totalmente em álcool. Este vinho, não só tem características próprias, como envelhece muito mais e melhor do que o vinho "normal". Há dois estilos de envelhecimento: em casco (a maioria) e em garrafa.
Os vinhos envelhecidos em casco (pipa ou tonel) devem ser consumidos rapidamente após acompra da garrafa. Não vão envelhecer. Só podem é estragar-se. Diferentemente, os vinhos envelhecidos em garrafa (após algum tempo de maturaçaõ em madeira, claro) atingem a maturidade plena no vidro. Os Vintage e os Single Quinta Vintage são envelhecidos em garrafa. Os "Vintage" são os de mais alta qualidade e preço. Uma selecção de vinhos de um só ano de produção excepcional e como tal designada pela entidade reguladora. Permanecem dois anos em casco e são depois engarrafados, envelhecendo por décadas nas caves arejadas, ganhando um requintado aroma e copioso sabor. Devem ser bebidos no fim da refeição acompanhando nozes e frutos secos. Um vez aberta a garrafa deve ser consumida no prazo máximo de 48 horas...
Amanhã acabo que estou quase alcoolizado. Boanôteatodos... ick!
jp
14 comments:
express,
tire essa garrafa da minha frente... senão!!!!!
não me responsabilizo e amanhã se não for trabalhar você vai pagar-me o dia :))))))
adoro vinho do porto :)
Beijinho
Vintage ou "Bintáge" ?
PS - Para a comunidade lusófona mas não portuguesa não ficar admirada, aqui fica a explicação : têm estes senhores da mui leal e invicta cidade do Porto o hábito de trocarem os vês pelos bês e de abrirem vogais a torto e a direito. Por isso, um Vintage acima de Coimbra passa a Bintáge em menos de um fósforo...
Banôte, caro amigo...nôte...
Posso acrescentar uma coisinha?
O Vintage, aberta a garrafa, deve ser decantado. Isso vai permitir que ele "abra", isto é, que os aromas se libertem.
Estando, então, no decanter, este deve rodar pela esquerda, no sentido dos ponteiros do relógio.
E colocado no cálice adequado, deve ser visto à transparência, inspirado, os lábios devem sorrir-lhe, aflorá-lo e...então, e só então, deve ser provado em pequena quantidade de cada vez e na boca deve passear-se de um ao outro lado, como quem mastiga, antes de ser engolido.
Este é, aliás, o procedimento normal para um bom vinho.
João: estive para pôr essa dos ponteiros do relógio. Mas não está provado. É mais um ritual. Além disso, no hemisfério sul será ao contrário, como a água a escoar-se no lavatório?
Não, Jorge.
Provadíssimo que é pela esquerda. Ritual dos ingleses que foram os impulsionadores.
Agora que cada um que beba como lhe aprouver...
Oh João, se rodar pela direita, o vintage azeda ?...
Al KANTARA
O Vintage não azeda.
Eh, pá não impliquem com o João, deixem o rapaz sossegado se ele diz que é pela esquerda é porque é pela esquerda. Pronto, Jonas é pela esquerda...
Já disse em cima que é uma norma estabelecida pelos ingleses.
A mim, não me apouca que até o não bebam...:):):)
Tomar no fim da refeição e dentro de 48 horas é somente para os Vintage, que são de alta qualidade? Faço esta pergunta porque aqui na França se toma em aperitivo e uma garrafa mesmo aberta pode durar meses...aliás me pergunto onde se classificaria os vinhos do Porto que encontramos no comércio aqui.
Entndo muito de vinho, mas só para bebê-los, rs.
E no caso ai se vira vinagre ou nao, tb nao sei, mas se virar vinagre tempero a salada verde com ele, fica maravilhoso.
Joâo: não percebem a importância das pequenas coisas!
Maria Augusta: em verdade é recomendável que se beba no dia da abertura. 48 horas já é uma extensão. É claro que estamos a falar de Vintage e de verdadeiros apreciadores. No comércio é fácil distinguir. Pelo rótulo e pelo preço. A relação é de 1 para 1000.
MARIA AUGUSTA
Eu gosto muito de um Porto Seco como aperitivo (Extra-Dry, de preferência).
Deve estar no frigorífico. Fica frio e não se colocam os cubos de gelo (=água). A sua graduação aconselha que se beba um cálice. Para acompanhar tem várias alternativas: desde as tiras de milho, às batatas fritas de pacote, ao amendoim...
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