21.6.09

TEMPLÁRIOS REVISITADOS - BREVE ENQUADRAMENTO DA ORDEM

OS TEMPLÁRIOS EM PORTUGAL
ANTES DA NACIONALIDADE
Os Lusitanos são um povo cuja origem não é evidente e o seu nome ainda menos.
Os romanos consideravam-nos a tribo mais guerreira da península e atribui-se a um general romano a célebre frase: “Há um povo a oeste da Península Ibérica que não se governa, nem se deixa governar”… Os verdadeiros “irredutíveis”.
A verdade é que os Lusitanos foram o povo que mais tempo resistiu aos romanos: dois séculos! Pode alegar-se que a região era periférica e os meios envolvidos pelos romanos teriam sido menores do que, por exemplo, na Gália. Mas também a dimensão do problema seria menor e a verdade é que Viriato derrotou sucessivamente os exércitos de Galba, Lúculo, Vetílio , Plaucio, Fábio e Serviliano e que só em 25 a.C. a Lusitânia se torna província romana.
A imposição romana nunca foi esquecida e ainda hoje existe no inconsciente colectivo português um ódio à ocupação de Roma. Esta situação terá sido um dos factores que levou os lusitanos a olharem com desconfiança a implantação da Igreja Oficial de Roma, a partir do séc. IV, substituindo o Império Romano, em termos de estrutura organizativa.

Mas afinal quem são os Lusitanos e o que é que isso tem a ver com os Templários?
A tradição e o mito da Atlântida estão presentes em todos os autores clássicos e até nas raízes populares.
A Atlântida teria sido destruída por um cataclismo natural entre 10 mil e 12 mil anos antes de Cristo, segundo Platão, no “Crítias”. O actual território de Portugal e da Galiza seriam a periferia europeia desse continente perdido, de conhecimentos e tecnologias avançadas.
Esta tese é mais que duvidosa, mas inúmeros autores vêem, na emergência da civilização megalítica “portuguesa”, a civilização fundadora que, no mito grego, se chama a Atlântida e que se terá expandido para Norte, para a Bretanha e para o Mediterrâneo, para o Egipto e Creta, dando origem às civilizações egípcia e minoica.
A verdade é que em mais nenhum país existe uma tão grande concentração de menhires e antas como na região galaico-portuguesa, símbolos de um culto solar, herdado, depois, pelos celtas e pelos egípcios.
Em Espanha, por exemplo, estes são raros. Também se verifica, comparativamente com Espanha, uma significativa diferença em termos somatológicos ao nível do índice cefálico: os Lusitanos são claramente dolicocéfalos (crânio de contorno horizontal alongado), enquanto nos espanhóis a tendência é para a braquicefalia.
O exemplo mais acabado desta tendência lusitana, de “fundo atlante” será o homem de Muge.
A cultura é, de facto, diferente: megalítica na zona portuguesa; cultura “de las cuevas”, no território espanhol. Esta tendência manteve-se, apesar da posterior miscenigização com celtas, romanos, godos, suevos, árabes, judeus, etc….
É de acordo com esta tese de descendência atlante que surgem em Portugal vários mitos e tendências: dar “novos mundos ao mundo”; a visão fundadora de civilizações; a nação de destino, pátria missionada e missionária; o povo heróico e sacrificado, sempre dividido entre a queda no abismo e a promessa divina; povo da saudade e do saudosismo, projectado no mito de que, quando tudo parece perdido, há sempre esperança, ainda que absurda… Povo de ciclos, que renasce para “salvar o mundo”… o "Quinto Império".
Tenha ou não existido, a Atlântida é, no mínimo, um arquétipo.
Fotografia: monumentoa Viriato em Viseu.
jp

3 comments:

Maria Augusta said...

Muito interessante estas teorias sobre as origens de Portugal e sobre sua vocação missionária, eu não as conhecia. Sabia que uma das hipóteses para a localização da Atlântida é que esta seria na região do estreito de Gibraltar, então porque não?

expresso said...

Maria Augusta: as teses mais recentes colocam-na em Cuba.

Anonymous said...

Oi Amigo
de toda a hitoria que me ensinaste, gostei do monumento a Viriato..na entrada de Viseu , levaste-me ao meu tempo de menina e moça ...tempos de liceu...Celtas,Visigodos s Mouros.....
Continua..visito o teu blog.
Herminia
Comecardenovopt.blogspot.com