
Não se sabe como surgiu o cristianismo na Península. Se São Paulo cá esteve ou não, é uma incógnita.
Segundo alguns autores, esta religião terá entrado pelo Norte de África, o que faz sentido, dadas as relações mantidas com Cartago. No século IV surge, porém, o movimento cristão pré-português que mais profundamente marcou a religiosidade da Galiza e da Lusitânia: o Priscilianismo.
Este movimento tem origem no gnosticismo cristão do Egipto e Ásia Menor. Prisciliano estudara na Síria e no Egipto e, quando chegou a Portugal, encontrou já um pequeno grupo de gnósticos (liderados por um tal Mestre Marcos).
Os priscilianos consideravam-se cristãos e o seu objectivo era regenerar os bispados, que “tinham perdido a mística espiritual”.
Prisciliano foi eleito bispo pelo povo, mas, pouco depois, em 385 d.C., foi condenado e assassinado “legalmente” pela Igreja de Roma, pelo crime de heresia.
A reacção popular foi tal, que Prisciliano e os seus discípulos passaram a ser venerados como mártires e um intenso culto organizou-se em torno do Santuário de Prisciliano, cuja localização é, actualmente, desconhecida.
Foram convocados vários concílios para o combater, mas o movimento durou, pelos menos, até ao concílio de Braga (561). Mas é provável que se tenha mantido vivo, mesmo durante o período de ocupação árabe, já que os moçárabes (cristãos em território muçulmano) tinham liberdade de culto. É por isso natural que este culto se tenha mantido activo até à fundação de Portugal e, portanto, tenha entrado em contacto com os Templários.
O Priscilianismo era uma Confraria formada por uma elite muito culta, mas que, paradoxalmente, teve grande adesão popular.
Praticavam o ideal da fraternidade humana; tinham reuniões nocturnas e secretas e o seu ensinamento era iniciático. As mulheres estavam completamente em pé de igualdade com os homens, tendo um papel muito activo nas liturgias[1].
Defendiam o livre exame das Escrituras e a sua interpretação individual e adoptaram muitos dos evangelhos e textos chamados apócrifos. O seu ideal era ascético, pelo que abominavam o prazer sensual e, como todos os gnósticos, tinham como objectivo libertar a alma dos desejos da personalidade. Têm semelhanças com os cátaros e, tal como todos os grupos mais esotéricos, acreditavam na reencarnação.
[1] O que, aliás, vem ao encontro de uma cultura de tipo matriarcal e de adoração da Deusa-Mãe, existente na Península e que só viria a ser alterada, primeiro pelos romanos, mas, principalmente, pelos árabes e pela sua cultura machista.
Segundo alguns autores, esta religião terá entrado pelo Norte de África, o que faz sentido, dadas as relações mantidas com Cartago. No século IV surge, porém, o movimento cristão pré-português que mais profundamente marcou a religiosidade da Galiza e da Lusitânia: o Priscilianismo.
Este movimento tem origem no gnosticismo cristão do Egipto e Ásia Menor. Prisciliano estudara na Síria e no Egipto e, quando chegou a Portugal, encontrou já um pequeno grupo de gnósticos (liderados por um tal Mestre Marcos).
Os priscilianos consideravam-se cristãos e o seu objectivo era regenerar os bispados, que “tinham perdido a mística espiritual”.
Prisciliano foi eleito bispo pelo povo, mas, pouco depois, em 385 d.C., foi condenado e assassinado “legalmente” pela Igreja de Roma, pelo crime de heresia.
A reacção popular foi tal, que Prisciliano e os seus discípulos passaram a ser venerados como mártires e um intenso culto organizou-se em torno do Santuário de Prisciliano, cuja localização é, actualmente, desconhecida.
Foram convocados vários concílios para o combater, mas o movimento durou, pelos menos, até ao concílio de Braga (561). Mas é provável que se tenha mantido vivo, mesmo durante o período de ocupação árabe, já que os moçárabes (cristãos em território muçulmano) tinham liberdade de culto. É por isso natural que este culto se tenha mantido activo até à fundação de Portugal e, portanto, tenha entrado em contacto com os Templários.
O Priscilianismo era uma Confraria formada por uma elite muito culta, mas que, paradoxalmente, teve grande adesão popular.
Praticavam o ideal da fraternidade humana; tinham reuniões nocturnas e secretas e o seu ensinamento era iniciático. As mulheres estavam completamente em pé de igualdade com os homens, tendo um papel muito activo nas liturgias[1].
Defendiam o livre exame das Escrituras e a sua interpretação individual e adoptaram muitos dos evangelhos e textos chamados apócrifos. O seu ideal era ascético, pelo que abominavam o prazer sensual e, como todos os gnósticos, tinham como objectivo libertar a alma dos desejos da personalidade. Têm semelhanças com os cátaros e, tal como todos os grupos mais esotéricos, acreditavam na reencarnação.
[1] O que, aliás, vem ao encontro de uma cultura de tipo matriarcal e de adoração da Deusa-Mãe, existente na Península e que só viria a ser alterada, primeiro pelos romanos, mas, principalmente, pelos árabes e pela sua cultura machista.
jp
5 comments:
Os arabes são machistas, mas na religião catolica o lugar reservado às mulheres também não é invejavel, tem uma imagem de pecadora (vide Eva, Maria Madalena...) e nem aceder a missões importantes dentro dela.
Boa tarde, em nome da organização de blogagem colectiva Aldeia da Minha Vida, quero agradecer a sua participação, na qualidade de leitor(a) e eleitor(a) pelo seu contributo para o sucesso da mesma.
Dia 30 de Junho serão publicados os resultados. Até lá, um bom fim-de-semana!
Susana Falhas
www.aldeiadaminhavida.blogspot.com
O culto da Deusa Mãe, com ligação à terra não terá origens Celtas.
Há quem defenda que o retorno à "Mãe" está na origem de facto relacionados com os templários como os poços iniciáticos ou o facto de a Capela da N Sra. do Olival, em Tomar, à altura igreja matriz das terras de Além mar ter a sua entrada por ums escadaria descendente em vez da habitual ascendente.
Por lapso a minha 1ª frase no comentário anterior saiu com um ponto final quando o que eu queria seria uma interrogação. É suposto ser uma pergunta destinada a fomentar o debate e não uma afirmação.
Sem dúvida que os oito degraus descendentes em Tomar querem simbolizar isso. O culto, esse, será sido herdado de povos pré-cristãos. Os Celtas serão uns deles. A sua origem próxima está no Médio Oriente.
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