Vi muitas almas em Compostela, algumas com a fé estampada no rosto, muitas apenas com o turismo espalhado no mapa. O sucesso turístico da cidade e da região foi conseguido, mas a que preço?
Tenho para mim que a obstinação dos bispos galegos na “invenção” de Compostela, acabou por constituir o principal obstáculo à independência da Galiza em conjunto com Portugal. Os galegos têm culpados: o obstinado Pelayo e o bispo Gelmirez.
Portugal, a partir da “restauração” passa a constituir uma “ilha peninsular”, tendo as colónias como periferia e relacionando-se com as potências dominantes, principalmente com o Reino Unido, afim de garantir o seu estatuto.
Portugal vira totalmente as costas a Castela-Espanha e ignora a existência da Galiza, excepto como utilização de força de trabalho.
Em 1986 Portugal, já sem colónias, entra para a União Europeia e deixa de ser “ilha”. Castela-Espanha também entra no mesmo espaço geopolítico e passa a ver Portugal não como um mero “acidente histórico”. Descobre que Portugal existe, logo ali ao lado, e que pode dominá-lo economicamente, introduzindo as suas exportações agrícolas e industriais e os seus produtos financeiros, sem ter sequer as tensões autonómicas que existem com a Galiza ou Catalunha.
Portugal e Espanha já não são inimigos ou rivais. Têm, agora, que se perspectivar à escala europeia.
E é aqui que surge o busílis. Deve Portugal pugnar pela “Europa dos Povos”, relacionando-se mais intensamente com a Catalunha, Galiza e País Basco, reforçando a sua autonomia como nações ou deve defender a “Europa dos Estados”? E, neste último caso, deve aceitar o “status quo” ou ir mais longe e apoiar um modelo federal que resolva, definitivamente, a identidade da Ibéria, conferindo verdadeira autonomia a essas nações e, simultaneamente, concedendo estatuto de grande potência a um Estado Federal da Ibéria? Será que um movimento corajoso de Portugal nesse sentido não representaria um “check-mate” no apaziguamento das tensões entre o poder de Madrid e as Regiões Autónomas que passariam a ser verdadeiros Estados?
É que, francamente, parece-me serôdio pensar, hoje, na Portugaliza ou na Catalunha independentes e, por outro lado, parece-me muito distante e, porventura, enganador esperar pela “Europa das Regiões”, num momento em que cada vez há mais países a entrar e em que a pulverização dos votos beneficia os grandes. Acho que devíamos antecipar-nos e liderar o movimento ibérico.
Quanto aos caminhos para Santiago, parece que há seis rotas principais, mas o verdadeiro “Caminho” nasce à porta de cada um de nós.
Tenho para mim que a obstinação dos bispos galegos na “invenção” de Compostela, acabou por constituir o principal obstáculo à independência da Galiza em conjunto com Portugal. Os galegos têm culpados: o obstinado Pelayo e o bispo Gelmirez.
Portugal, a partir da “restauração” passa a constituir uma “ilha peninsular”, tendo as colónias como periferia e relacionando-se com as potências dominantes, principalmente com o Reino Unido, afim de garantir o seu estatuto.
Portugal vira totalmente as costas a Castela-Espanha e ignora a existência da Galiza, excepto como utilização de força de trabalho.
Em 1986 Portugal, já sem colónias, entra para a União Europeia e deixa de ser “ilha”. Castela-Espanha também entra no mesmo espaço geopolítico e passa a ver Portugal não como um mero “acidente histórico”. Descobre que Portugal existe, logo ali ao lado, e que pode dominá-lo economicamente, introduzindo as suas exportações agrícolas e industriais e os seus produtos financeiros, sem ter sequer as tensões autonómicas que existem com a Galiza ou Catalunha.
Portugal e Espanha já não são inimigos ou rivais. Têm, agora, que se perspectivar à escala europeia.
E é aqui que surge o busílis. Deve Portugal pugnar pela “Europa dos Povos”, relacionando-se mais intensamente com a Catalunha, Galiza e País Basco, reforçando a sua autonomia como nações ou deve defender a “Europa dos Estados”? E, neste último caso, deve aceitar o “status quo” ou ir mais longe e apoiar um modelo federal que resolva, definitivamente, a identidade da Ibéria, conferindo verdadeira autonomia a essas nações e, simultaneamente, concedendo estatuto de grande potência a um Estado Federal da Ibéria? Será que um movimento corajoso de Portugal nesse sentido não representaria um “check-mate” no apaziguamento das tensões entre o poder de Madrid e as Regiões Autónomas que passariam a ser verdadeiros Estados?
É que, francamente, parece-me serôdio pensar, hoje, na Portugaliza ou na Catalunha independentes e, por outro lado, parece-me muito distante e, porventura, enganador esperar pela “Europa das Regiões”, num momento em que cada vez há mais países a entrar e em que a pulverização dos votos beneficia os grandes. Acho que devíamos antecipar-nos e liderar o movimento ibérico.
Quanto aos caminhos para Santiago, parece que há seis rotas principais, mas o verdadeiro “Caminho” nasce à porta de cada um de nós.
FIM
(A partir de amanhã começa outra periganação. Agora por terras lusas. Vamos fazer um passeio de barco pelo Douro Vinhateiro. Não sei onde iremos parar...)
3 comments:
Antes de mais nada estou aqui para agradecer a visita e seu comentário tão significativo para mim. Eu ando um pouco ausente, minha conexão anda péssima, lentíssima - perco muito tempo para abrir os blogs, os mais carregados eu até desisto. Como já havia dito, eu moro dentro de um pedacinho da mata Atlãntica e o sinal aqui é muito dificultoso. Além do mais, com toda essa chuva que tem caído tenho mantido o meu computador desligado por conta dos raios, já queimei uma televisão por causa disso, aqui não tem pára-raios ( agora vê, acostumada com cidade grande, achei que no mato poderia existir um pára-raio - só eu mesma). Espero que compreenda as diversas limitações de quem escolheu viver no mato.
Hoje eu trago a lenda da cidade de Jericoacoara lá no Ceará. Uma belíssima cidade, mas que possui uma lenda sinistra....
A medida do possível vou colocando as histórias, com a lentidão de sempre.
FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER... agradece mais uma vez a sua visita esperando que volte sempre.
BOM DOMINGO.
Saudações Florestais !
http://www.silnunesprof.blogspot.com
Enfim! Um verdadeiro texto de intervenção política. O que tu andas a perder! Ou melhor, o blog.
Antonião
Quantas questões importantes para encerrar esta série...a Europa ainda tem muitas regiões arraigadas às suas culturas locais que ainda não encontraram uma situação satisfatória para se exprimir.
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