Myra é agora uma pessoa diferente. Havia nela outra consciência. Uma consciência que a fazia ser mais genuína. Mais autêntica. Uma consciência que lhe dava mais segurança. À medida que fugia do mundo, mais mundo havia nela. Os dias corriam difíceis. Pintar, pintar… a única paixão verdadeira. Pelo meio ficaram empregos de part-time: traduções; publicidade; até leitura da sorte nas cartas de jogar. É a época do despojamento. Vende jóias de família. Jóias que eram a herança proibida dos país. Aquela que não podia vender. É a maior rebelião. A que lhe permite optar: a liberdade de pintar ou o medo de ofender os manes. Uma opção corajosa. Myra é pintora. Vê o passado no futuro. Esquece o passado e pinta!
Em 1969, Myra participa no Segundo Salão Independente, no Museu Universitário UNAM, o Salão que ajudara a fundar. Entre 70 e 72, com o apoio da filha Dominique, compõe um quadro de cerca de 4 x 2 metros, para o Terceiro Salão Independente da UNAM. Esta obra acabará no Museu da Solidariedade, em Santiago do Chile, e será objecto de polémica privada entre Myra e Mário Pedrosa, curador do museu chileno. Deixamos aqui o quadro, tal como se encontra hoje “arrumado” no Museu Chileno, e falaremos da polémica no próximo episódio.
(continua)
3 comments:
Puxa, fiquei curiosa pra saber que confusão foi essa.Será que não davam paz à querida Myra? beijos,tudo de bom,chica
Que bom que a Myra voltou para o blog! É sempre interessante ler sobre ela!
Tudo(?) será revelado...
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