20.3.12

A PÁSCOA NÃO É FÁCIL - IV (FIM)


É por razões políticas que continuamos a ser judaico-cristãos. Os rituais de Páscoa são o reflexo patético do paralelo feito entre a chamada antiga aliança e a nova aliança. De acordo com o Livro do Êxodo, os judeus imolaram os cordeiros para com o sangue marcarem as portas, safando, assim, os primogénitos da morte prometida por Deus aos primogénitos egípcios. O morticínio deu-se e os egípcios acabaram por deixar partir os judeus, com medo de mais represálias daquele deus rancoroso e vingativo. A Bíblia mantém essa memória (Êxodo 12,14). E, claro, para a coisa bater certo, Cristo é imolado no dia 14 do mês de Nissan, precisamente no dia do início do Pessach. Cristo é o cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo (Evangelho de São João 1,29). Acontece que o Cristo histórico nasceu sete anos antes do famoso ano 1d.C., algures entre Julho e Agosto e suspeita-se que morreu de causas naturais. A Páscoa é, de facto, um evento eminentemente político. Constantino conseguiu com uma simples conversão (a sua própria) unificar todo o Império e estabelecer, definitivamente, a “cortina de ferro” entre Bizâncio e a Pérsia. Não fora Maomé ter nascido tão tarde (622) e estou seguro que este magnífico imperador teria evitado a criação do islamismo com mais um truque político à base de camelos e virgens e, provavelmente, a Páscoa nem sequer existiria.

3 comments:

byTONHO said...



Ah! ah! ah! ah!

:o)

Li Ferreira Nhan said...

Olha que as freiras alemãs jamais me falariam essa versão dos fatos!

Tudo é uma questão de visões, histórias, estórias, princípios, crença, espiritualidade, comércio, política, fé ou qualquer outra coisa.
E cada um tem a sua ainda bem!

Mas não quero nem pensar nos pobres cordeiros. Prefiro as lembranças das minhas quaresmas.
São melhores, mais coloridas e bem mais doce; sabe a chocolate!
;)
bjs

João Menéres said...

Subscrevo POR INTEIRO o COMENTÁRIO da Li.

Mas acho muito interessante o seu texto, JORGE !

Um abraço.