18.4.12

25 DE ABRIL - VIII (FIM)

Tudo estava preparado para que as eleições de Abril de 1975 fossem a ratificação popular do PREC. Só que o povo votou. Ao fim de 40 anos, finalmente, o povo podia votar em liberdade. O recenseamento foi obrigatório. Foram recenseados 6 milhões de eleitores, contra os 1,8 milhões de 1973. A participação dos eleitores foi maciça: 91,7% dos eleitores votaram. E a votação foi surpreendente. O PS elegeu 116 deputados; o PSD, 81 deputados; o Partido Comunista, apenas 30. A 19 de Julho, quase 100 mil pessoas estiveram com Mário Soares na Alameda Afonso Henriques. Depois das urnas, o PCP começava a perder nas ruas. O povo não queria o comunismo. Ninguém queria o comunismo, excepto os comunistas. E nem todos os que se diziam comunistas o eram. Sucediam-se boatos desencontrados. Manifestações diárias. Comícios transmitidos em directo pela televisão. Os SUV (Soldados Unidos Vencerão) cercavam a Assembleia Constituinte. O Governo foge para o Porto. Tentativas de tomadas de quartéis pela força. O COPCOM e a arrogância tresloucada de Otelo Saraiva de Carvalho. Uma instabilidade que redundava em caos social e numa acentuada deterioração da economia. A esquerda foi-se desgastando, cada vez mais circunscrita aos quadros e simpatizantes dos partidos. A 10 de Dezembro, o Major Ramalho Eanes, novo chefe de Estado-Maior, suspende todos órgãos e assembleias do MFA. O povo venceu o comunismo e deixou como horizonte a democracia pluralista e a integração europeia. A 2 de Abril de 1976 Portugal passa a ter uma Constituição pluripartidária. A 12 de Junho de 1985, Portugal adere à CEE.

No comments: