2.7.12

DA APATHEIA À ATARAXIA



Zenon era um cipriota grego que em 313 a.C. mudou-se para Atenas, onde pregou a sua doutrina e fez muitos adeptos. Reunia-se com os seus discípulos e seguidores em um local denominado Stoá Poikíle, cuja tradução é "pórtico ou galeria de colunas trabalhadas". De Stoá provêm os nomes de estóico e estoicismoSegundo o estoicismo, o sofrimento decorre das reacções despertadas no ser humano por quatro classes de emoções: a dor, o medo, o desejo e o prazer. O ideal do estóico é alcançar a apatheia, ou seja, a natural aceitação dos acontecimentos, uma atitude passiva diante da dor e do prazer, a abolição das reacções emotivas, a ausência de paixões de qualquer natureza.
Epicurismo é o sistema filosófico ensinado por Epicuro de Samos, filósofo ateniense do século IV a.C. Epicuro acreditava que o maior bem era a procura de prazeres moderados de forma a atingir um estado de tranquilidade (ataraxia) e de libertação do medo, assim como a ausência de sofrimento corporal (aponia) através do conhecimento do funcionamento do mundo e da limitação dos desejos. A combinação desses dois estados constituiria a felicidade na sua forma mais elevada. Embora o epicurismo seja doutrina muitas vezes confundida com o hedonismo (já que declara o prazer como o único valor intrínseco), a sua concepção da ausência de dor como o maior prazer e a sua apologia da vida simples tornam-no diferente do que vulgarmente se chama “hedonismo”. A finalidade da filosofia de Epicuro não era teórica, mas sim bastante prática. Buscava sobretudo encontrar o sossego necessário para uma vida feliz e aprazível, na qual os temores perante o destino, os deuses ou a morte estavam definitivamente eliminados.


Nota: vem isto a propósito do meu post anterior e do comentário do meu amigo Paulo. Afinal isto de ser feliz é mesmo muito complicado.

6 comments:

myra said...

ser feliz , é somente um momento e somente depois realizamos que fomos felizes...qdo ja nao somos...

João Menéres said...

Pois eu sou um verdadeiro EPICURISTA ( mas, para acentuar essa teoria ) nalgumas coisas, ou ocasiões, coloco uma pitadinha a mais de sal.

Anonymous said...

Feliz é o ser que nunca pensou em felicidade! Existe?

Anonymous said...

A felicidade é volúvel. Varia com os humores.
Li

daga said...

Conheço muito bem este senhor ;), não só da filosofia, mas principalmente dos poemas de Ricardo Reis (FP)
"Logo que a vida me não canse, deixo
Que a vida por mim passe
Logo que eu fique o mesmo." (ataraxia pura)
O conceito de felicidade varia muito...
beijo

Jorge Pinheiro said...

Ricardo Reis... bem lembrado.