31.8.12

RIBEIRA DA TAMOLHA - II

Ficou só a pedra de água lavada.
O mato cresceu no barranco.
O córrego esvasiou.
O dia que a Ribeira estancou...


Excerto do comentário de Selena Sartorelo.

8 comments:

João Menéres said...

Completamente seca.
Que pena !
Mas no seu leito haverá preciosidades...

Anonymous said...

Muitas águas rolaram ...

myra said...

e vao voltar...amo estas pedras...

Selena Sartorelo said...

Da Ribeira, da rima, do tempo, da pedra e da água...Ribeira de tempo rio há tempo a de passar rio sem eira nem beira onde o céu não pode tocar,rima fácil de criar, oca sem significar.Ribeira vazia. Ribeira de tempo.Ribeira um dia. Ribeira sem começo nem fim. Ribeira de pedra parada,jaz seca, esturricada. Nascente morreu, interrompida e inerditada.
Sem vida, estagnada.
Trilha traçada, segue seca e marcada.Rota inalterada. Pedra de tormenta na tempestade lançada
pela correnteza pesada. Pedra levada no caminho largada. Vira piso sem deixar pegada
Um dia lisa e molhada, noutro quente empoeirada. Água que evapora
pela terra tragada. Nessa prosa e parecer, nada acontece antes de ser. Sede que cessa, sono que passa, noite que vai, dia que foi
Por aqui um córrego corria.
Água que esvaia com seu curso desviado. Vai adormecido sem poder ser acordado, morto e falecido no tempo sempre parado
Ficou só a pedra de água lavada.
O mato cresceu no barranco.
O córrego esvasiou.
O dia que a Ribeira estancou...

João Menéres said...

SELENA :
Adorei o que escreveste !

Um beijo de água lavada.

Selena Sartorelo said...

Só com amigos queridos é que temos a liberdade de brincar com a palavra na certeza que ela sendo ou não direita é certamente entendida e aceita.
Obrigada Jorge e João.

Beijos senhores

Anonymous said...

"...a liberdade de brincar com a palavra..."

Lindo!!!
Como a "liberdade" de uma ribeira tão molhada que seca e fica tão lavada...

Anónimo da Sertã

Jorge Pinheiro said...

Muito seca mesmo.