27.12.12

MACAU - TURISTA OCIDENTAL - XIII


 Ela não está.
Um chapéu esquecido. Um amor perdido. Há um barco a sair, outro a entrar. A vida segue o destino da corrente. Estou sozinho naquele muro. Sou a palha daquele chapéu. Sou a neblina daquele barco. O chapéu sabe o que eu não sei. Sabe do fado e da maré. Sabe do nevoeiro que me percorre. Sabe que ela não está. Sabe que deixou as marcas da paixão.

9 comments:

myra said...

meu querido Jorge, como voce escreve bem, me emocionou este texto!!!te admiro tanto tanto!obvio a foto é maravilhosa!!!

Anonymous said...

Perdi o chapéu. Esqueci um amor, porque não foi. Um barco entra, outro corta as amarras. Levam a vida, ou trazem-na. Ou ela nunca foi nem veio. Sempre esteve aqui. Não estou só porque abraço a solidão dos dias. O chapéu perdido era de palha, como de palha sou eu, tão frágil e leve. O chapéu nada sabe. Está perdido, como eu, por entre a neblina densa que nos cerca. Esqueci uma paixão, que sequer deixou marcas. Porque não foi ...


:):):)

Mena G said...

Vou seguindo... seguindo... seguindo. Muito bom.

João Menéres said...

Estou de volta, Jorge. Espero com a regularidade ± habitual.

E que encontro aqui ?
- O chapéu que nunca usei !...

Comoa Myra disse, mais um magnífico texto. para regalo das nossas mentes.

Jorge Pinheiro said...

João: com Mac é outra coisa :))

João Menéres said...

Não tenha a menor dúvida !!!
E com um monitor 24", nem se fala...

Jorge Pinheiro said...

24!!! Isso é quase uma televisão.

João Menéres said...

Há tvs bem mais pequenas...
eheheh

daga said...

o chapéu, a única testemunha da partida...só ele sabe...só ele viu...