Vivaldo fora, finalmente, libertado. Um carro da polícia levou-o até
casa, com as desculpas do inspector. Eram sete da tarde. Toda a vizinhança viu.
Até a mãe velhota veio à porta. Vivaldo, visivelmente irritado, rosnou algumas
palavras incompreensíveis e enfiou-se no quarto. Ao jantar mal abriu a boca. Só
ao fim do terceiro copo de tinto começou a descontrair. “O inspector deve
ser parvo. Querem lá ver. Se calhar a culpa é minha. Olha que esta!”.
Vivaldo desabafava. À medida que bebia ia relatando o interrogatório. “Acham
que quem deitou aquilo ao mar foi o bombista. E agora, que descodificaram tudo,
já sabem os números para que ele ligou e as mensagens todas. Deviam era
agradecer-me por ter comprado o cação”. Idalécia, sentada na ponta da mesa,
perguntou-lhe: “Mas, afinal quem era o homem?”. “Sei lá, mana. Parece que
escreve com erros. Um dos agentes disse que devia ser alemão”, respondeu
Vivaldo. Laura, a mulher de Vivaldo, virou-se para a cunhada e disse-lhe na
brincadeira: “Olha, moça, vais a ver que ainda é o teu alemão!”.
3.12.13
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3 comments:
Vamos a ver...
Esta chegando ao fim...
coitada da Idalécia...não merecia!
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