Jean-Baptiste estava tudo menos descansado. E
começou a pensar se não seria mais prudente ver-se livre daquele trio de
belgas. Deu-lhes três dias para resolverem tudo. Agora estava preocupado com a
reunião. No dia seguinte iria começar a pregar a “nova cruzada”. O Islão era o
culpado de tudo. O Islão tinha de ser atacado nos seus redutos mais sensíveis,
Meca e Medina. A Europa tinha de se defender atacando. A emigração do Magreb
tinha de parar de imediato. Os muçulmanos residentes na Europa deviam ser
todos, mas todos sem excepção, expulsos. O desemprego e a miséria das classes
trabalhadoras europeias deviam-se exclusivamente ao poder islâmico tolerado por
Estados fracos e políticos corruptos. A crise europeia era culpa dos
muçulmanos. Os valores cristãos europeus tinham de ser restabelecidos...
Jean-Baptiste tinha a certeza que este discurso, juntamente com os atentados
que estavam projectados e cuja autoria seria sempre imputada a grupos
islamitas, faria a opinião pública europeia pender para o seu lado. Esperava
conquistar o eleitorado pelo medo e pelo desejo de vingança.
(Continua)
5 comments:
Já li tudinho de seguida e realmente Jorge tu és magnífico!
Jorge, o magnífico!
pois... dá jeito que os muçulmanos sejam sempre culpados...
Eduardo: tem de começar a pensar nos Contos da Aurora Boreal ))
Fatyly: Obrigado pelo magnífico.
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