Idalécia esteve quatro dias em coma. Tinha múltiplas fracturas.
Braços, pernas e costelas. Mas, mais preocupante, era um profundo traumatismo
craniano na têmpora esquerda. O inspector Ribeiro sabia, agora, que tinha
razão. Inácia, a colega de Idalécia no supermercado, identificara o corpo de
Melzek como o do namorado alemão de Idalécia. O empregado do café “O Náufrago”,
embora não o pudesse garantir a 100%, foi bastante positivo na identificação do
cadáver como do homem que vira no pontão do Cais da Solaria, logo a seguir ao
atentado. E depois, pensou “o Gordo”, para que haviam de o liquidar? Aquilo não
fora um assalto, mas uma execução profissional. Estranho era Melzek ainda estar
em Lagos. Porque razão teria ele ficado depois do atentado? Estranho era
Idalécia não ter sido também executada, mas apenas empurrada. Aquilo não fazia
qualquer sentido. As averiguações identificaram o apartamento de Melzek no
Edifício Baluarte. Nada foi encontrado de relevante. Claro que a identidade era
falsa. Melzek não era Melzek e muito menos Joseph Strauss, nome com que
arrendara o apartamento. O passaporte era, obviamente, falso. Tudo era falso.
No entanto, a fotografia de Melzek foi reconhecida por várias bases de dados
criminais. Era um homem procurado internacionalmente. Um assassino a soldo, com
ligações a partidos ou grupos neo-nazis. Essas ligações começaram a ser
exploradas, nomeadamente a “Irmandade Branca”, uma organização particularmente
violenta e perigosa, com secções espalhadas por vários países ocidentais. “O Gordo”
estava, agora, seguro que a investigação ia no bom caminho. Ansiava por
interrogar Idalécia, esperando que ela não tivesse perdido a memória.
11.1.14
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2 comments:
Boa imagem ilustrativa.
pronto o "mau" está arrumado (melhor dizendo-um dos maus)mas a Idalécia sobreviveu - é justo : ninguém tem culpa de se apaixonar por um alemão neo-nazi :p
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