Quinze minutos depois estavam no iate “Pérola do Oriente”, ancorado ao
largo, a meio caminho entre Macau e Hong Kong. Tsé-Lao era um homem elegante.
Gostava do modo de vida ocidental, mas preservava muito as hierarquias e
tradições chinesas. Era um homem poderoso e cheio de si. Por ele passava todo o
comércio ilegal de armas convencionais, explosivos e de armas bio-químicas
provenientes das fábricas e laboratórios da República Popular da China. Cumprimentou
Valdemar com um inclinar de cabeça e foi direito ao assunto, em tom desafiador:
“Sempre negociámos com um homem chamado Octávio. Agora dizes que és tu o
chefe. Que razão temos para acreditar em ti? E não nos achavas suficientemente
dignos de falar directamente com o chefe?”. Valdemar limitou-se a dizer: “Fui
eu que mandei executar Octávio. Se ele estivesse vivo, provavelmente a vossa
organização estava em perigo. Ele estava em risco eminente de ser descoberto.
Posso fazer de imediato a transferência bancária dos dois milhões de dólares
para fechar o negócio, desde que me garantam a chegada da encomenda a Marselha
nos próximos oito dias”. O dinheiro era sempre um bom argumento. Tsé-Lao
mandou vir chá. O acordo ficou estabelecido. Valdemar fez a transferência
através do iPad. O explosivo seguiria para Marselha no dia seguinte. Quando
regressou ao Hotel Lisboa, Valdemar mandou uma mensagem para um número de
Bruxelas. A mensagem era clara: “A festa pode continuar. Os foguetes vão a
caminho”.
Fotografia de Roberto Barbosa.
Fotografia de Roberto Barbosa.
(Continua)
3 comments:
Que luxo essas ilustrações do Roberto Barbosa nesse conto.
Sem dúvida.
maravilha de fotos que voce tem de teu amigo e enorme fotofrafo!!!
continua...
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