Moema estava com um problema. O
pedido de ajuda que tinha feito às autoridades de Macau não tinha tido ainda
resposta. E isso, naquelas paragens, significava que estava por conta própria.
Talvez se tivesse precipitado. Um excesso de voluntarismo que já lhe tinha
valido a alcunha de “Furacão”. Mesmo assim, Moema decidira avançar. Tinha
jogado tudo na confrontação de Valdemar com uma série de meras suposições. Mas
ela sabia que acertara em cheio. A expressão de Valdemar durante o
pequeno-almoço dizia tudo. Ele sabia que ela sabia, mas não sabia exactamente o
que ela sabia. O próximo passo seria dele. Moema esperava agora uma tentativa
de assassinato. Era nisso que ela jogava. Uma jogada de risco. Esperava
conseguir prender Valdemar no acto de a tentar assassinar. Assim, as
autoridades de Macau não poderiam deixar de intervir. Não estranhou, por isso,
que quando Valdemar chegou à mesa com os dois croissants com queijo, a sua
fisionomia estivesse completamente recomposta. Menos estranhou que, minutos
depois, a convidasse para jantar naquela noite. O jantar foi no restaurante “Camões”, na Doca
dos Pescadores, uma zona de bares e restaurantes no estuário do rio das
Pérolas.
Fotografia de Roberto Barbosa
(Continua)
3 comments:
corajosa esta Moema! tem de fazer de isco para apanhar o criminoso...
(linda foto do Roberto!)
JORGE :
Como sabe, continuo com sem possibilidade de enviar e-mails, embora os receba.
A Dominique informou-me que a Myra já está em casa e razoavelmente bem. Vamos a ver se amanhã o PAROLE surge...
Um ab.
OK. Obrigado.
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