Quando tinha
10 anos, morava ainda na Rua Ferreira Lapa nº 7, em Lisboa, vínhamos ver a
evolução da casa nova. Eu brincava nas fundações. Via nos caboucos abertos um
labirinto de trincheiras. Uma guerra imaginária com ferros espetados em riste,
representando um qualquer inimigo brutal. Corria por entre aqueles ferros como
se fossem baionetas que me queriam trucidar. Escapei de ataques virtuais e de
exércitos em marcha forçada. Acabei quase em coma. Um ferro traiçoeiro espetado
na coxa. Evacuado em maca, qual ferido em combate. Levei uma injecção contra o
tétano, daquelas que doem mais que a própria ferida. A marca ainda cá está. Naquele
tempo, não tinha a menor noção que a casa de Nova Oeiras iria ser a minha para
o resto da vida.
5.12.16
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2 comments:
Quanto o DESTINO ´tem de ironia :
Nessa altura escapou de ataques virtuais.
Agora, já proprietário da moradia, cria amizades e fãs virtuais com esmero.
A casa te marcou para resto da vida.
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