A minha mãe
chegou a ser rainha de beleza do distrito de Bragança, corria o ano de 1939.
Depois de uma votação renhida, as urnas foram abertas às 15 horas do dia 31 de
Janeiro no Salão Nobre do Clube de Bragança, na Praça da Sé. O concurso era por
votação do povo e disputava-se entre Bragança e Mirandela. Uma rivalidade que
se mantém ainda hoje no Nordeste transmontano.
Depois de
contados e recontados os coupons, a
minha mãe, “a encantadora e aliciante
candidata de Bragança, em cujo rosto é sempre manhã clara e radiosa e em cujos
lábios há sempre um sorriso de amizade para toda a gente” (no dizer do Quinzenário Traz-os-Montes, nº 344,
de 16 de Março de 1939), foi eleita por 2.786 votos. Estes resultados, logo
afixados no placard do “Diário de
Notícias”, em artísticos cartazes feitos por Olindo Fernandes, provocaram
grandes manifestações de júbilo popular, enquanto no Clube de Bragança era
servido um Porto de Honra. E depois de um apelo ao fim do bairrismo entre
transmontanos, o dito jornal acaba com uma frase lapidar que todos seguramente
ainda hoje subscrevemos: “Adoremo-las,
rapazes! Adoremo-las e amemo-las como merecem, já que Elas são a personificação
máxima e sublime da Beleza, da Graça e da Virtude!”
1 comment:
Nem carecia de votação !
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