27.12.16

COMIGO MESMO - XX


 
A minha mãe chegou a ser rainha de beleza do distrito de Bragança, corria o ano de 1939. Depois de uma votação renhida, as urnas foram abertas às 15 horas do dia 31 de Janeiro no Salão Nobre do Clube de Bragança, na Praça da Sé. O concurso era por votação do povo e disputava-se entre Bragança e Mirandela. Uma rivalidade que se mantém ainda hoje no Nordeste transmontano.
Depois de contados e recontados os coupons, a minha mãe, “a encantadora e aliciante candidata de Bragança, em cujo rosto é sempre manhã clara e radiosa e em cujos lábios há sempre um sorriso de amizade para toda a gente” (no dizer do Quinzenário Traz-os-Montes, nº 344, de 16 de Março de 1939), foi eleita por 2.786 votos. Estes resultados, logo afixados no placard do “Diário de Notícias”, em artísticos cartazes feitos por Olindo Fernandes, provocaram grandes manifestações de júbilo popular, enquanto no Clube de Bragança era servido um Porto de Honra. E depois de um apelo ao fim do bairrismo entre transmontanos, o dito jornal acaba com uma frase lapidar que todos seguramente ainda hoje subscrevemos: “Adoremo-las, rapazes! Adoremo-las e amemo-las como merecem, já que Elas são a personificação máxima e sublime da Beleza, da Graça e da Virtude!”

1 comment:

João Menéres said...

Nem carecia de votação !