9.2.17

COMIGO MESMO - LVI

Desde muito novo sempre tive uma grande convivência com animais. Não que houvesse muitos bichos lá por casa. Em Lisboa, lembro-me vagamente de um gato tigrado, devia eu ter uns 6 ou 7 anos. Lembro-me de o atirar ao ar compulsivamente, cada vez mais alto, até bater no tecto. Adorava ver como ele caía sempre de pé. Ainda hoje me fascina essa capacidade dos felinos.
A minha principal convivência com bichos foi no Instituto Ricardo Jorge, então ainda a funcionar no Campo de Santana, no começo da Rua Gomes Freire. A minha mãe levava-me muitas vezes para lá e, enquanto ela contava bactérias ao microscópio, estava eu nas traseiras do edifício a brincar com os animais que, em breve, iriam servir para experiências por inoculação.
O Sr. Zé (ou seria Vicente?), o encarregado, era um homem forte, ligeiramente obeso, com bigode preto, sempre de bata cinzenta. Tanto tratava dos bichos com desvelo, como os matava logo a seguir com a maior das descontrações. Às vezes eu trazia para casa cobaias, coelhos ou ratos brancos. Vinham em gaiolas, ficavam uns dias e voltavam para o Instituto para o triste fim que os aguardava.

3 comments:

Anonymous said...

Criança adora animal. Depois passa. srsrs

João Menéres said...

Com que então levava bichos a passear em gaiolas...à maneira de UM TURISTA ORIENTAL...

EDUARDO :
Depois é só gatas !

Li Ferreira Nhan said...

na infância tive muitos gatos. Gostava muito da convivência com eles.

Nunca passou pela minha cabeça joga-los para cima ou para baixo a conferir se caiam em pé; sempre fui muito boazinha.
;)