Setembro...
Todos os anos era raptado em plenas férias grandes. Curvas e mais curvas.
Seguia entalado no moderno Simca "Aronde", entre cestas de reforço
gastronómico para o caminho e a omnipresente governanta Alice. Pernoita
obrigatória no Grande Hotel do Luso ou na Curia. O indispensável bacalhau
salgado em Torre de Moncorvo para evitar o derradeiro vómito... Bragança à
vista. Nove meses de inverno, três de inferno. Para mim era sempre inferno!
Que
estava eu a fazer naquela pasmaceira? Subtraído à moderna Nova Oeiras...
Precocemente retirado às namoradinhas de praia... Distante da Marginal...
Violado a meio das férias grandes... Contrariado no mais profundo do meu ser?!
Cinquenta
Setembros passaram. Muitas mais moscas morreram. Familiares também. Já não há
casa de granito. As primas já não querem brincar aos médicos. As curvas do
Pocinho esqueceram a vertigem nos acidentes do IP4. O castelo ergue-se agora
entre desvairada especulação imobiliária. Os bombeiros continuam a apitar. As
serras continuam a arder... Como gostava de voltar a
fazer aquelas curvas no velho Simca. Voltar a enjoar na subida para Torre de
Moncorvo e passar tardes a apanhar moscas na sombra das figueiras do quintal.
Já nada existe…
2 comments:
Se esses tempos voltassem, o Jorge continuaria a ser o médico das primas.
Gabriela Duarte-69 - uma vez !
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