A verdade é
que o meu avô Domingos era uma figura marcante. Claramente a figura mais forte
de toda a família. Sempre de gravata fininha, como se usava na época, e chapéu
preto à maneira. Um homem que via no comunismo um perigo físico a abater. Um
homem que, seguramente, ajudou o regime franquista na época da Guerra Civil de
Espanha (1937), o que lhe terá garantido ser Cidadão Honorário de Zamora.
Um caçador
inveterado que nos mandava encomendas em caixotes de madeira com alheiras e
perdizes de três em três meses. Caixotes cheios de pregos que tinham de ser
tirados a escopro e martelo. Caixotes que íamos buscar à Estação de Oeiras,
muitas vezes já com cheiro ligeiramente faisander.
Um homem que
gostava de patuscadas, petiscos, copos e, estou seguro, também de “espanholas”.
Gostava também de jogar. Penso que era apenas jogo de cartas. Ainda me lembro
de o ir buscar a pedido da avó, era eu já mais velho e ele também, ao Café
Poças que tinha uma sala íntima para os devidos efeitos. Foi nessa época, que passou a ter a alcunha de “Capitão Sagres”,
porventura devido a algum uso excessivo que dava às garrafas de cerveja.
PS: o meu avô a dar de beber ao cavalo em frente à Igreja de S. Vicente (Bragança)
PS: o meu avô a dar de beber ao cavalo em frente à Igreja de S. Vicente (Bragança)
2 comments:
O cavalo bebia douro ( água )...
Quem dá de beber ao cavalo tem direito as Sagres....
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