A seguir à morte de Miguel, em 1966, Myra é pressionada pelo irmão, Iosif, a regressar ao Brasil. Recusa. Mesmo com todas as dificuldades que iria enfrentar, com a educação dos filhos, com as questões financeiras e burocráticas, Myra prefere ficar. Regressar era regredir. Regressar seria um fracasso. Enfrenta as situações adversas e faz das fraquezas forças. Talvez tenha sido este o momento em que deixou os sonhos juvenis. O momento em que se transformou verdadeiramente em mulher. Encarou a vida de frente. Amadureceu. Tornou-se Myra Landau, a mulher, a pintora, a escritora…
Os empregos não surgiam com facilidade. Após algumas desilusões, inicia uma colaboração com a revista Mexico This Month, de Anita Brenner.
Reinicia as suas exposições. Uma individual, na “Galeria Antonio Sousa”, na cidade do México e várias colectivas: no “Salão de Abril” (Museu de Arte Moderna, do Rio de Janeiro); na “Galeria Latino Americana” (Casa das Américas, em Havana); “Exposição Itinerante Plástica Mexicana” (Guatemala, Costa Rica, Nicarágua, El Salvador e Panamá) e “Autorretratos”, no Museu de Belas Artes, do México.
Em 1967 conhece Conception Zea amiga e “irmã” que passará a ser fundamental na sua vida. A relação com Pablo cresce tumultuosa e apaixonadamente. Uma relação total. A vida de Myra encontra um equlíbrio. Um equilíbrio assumidamente instável. Ela é a sua principal crítica. Sempre insatisfeita, sempre irrequieta.
Como ela própria escreveu em 1975: O que é a arte? Arte é tudo e tudo é arte, sempre e quando fazemos da nossa vida uma arte.
RITMO AZUL (1967; 1m x1m)
9 comments:
MYRA: ALMA GRANDIOSA!!!!
BJS
Estou encantada!
A mulher que gradativamente fui conhecendo, é uma imensidão de novidades!
Leio a biografia com curiosidade!Estou encantadamente espantada!
Obrigada pela partilha do conhecimento sobre este admirável SER!
Beijinho terno!
Olá Jorge,
Às vezes o tempo passa tão rápido ou morno demais que acabo me perdendo sem ler esses relatos, esses traços que me dão tanto prazer..culpo-me e cobro-me pelo cansaço das coisas pelas quais não tenho gosto nem desejopouco prazer em me cansar...e privo-me de tantos que realmente gosto de ler e de tudo que gosto de fazer ...essa coisa chamada coragem de sentir, criar no pintar de alguma forma a arte escrever pela própria inspiração a única razão...o seu próprio ser. Não parei nos últimos dias, puno-me na questão de não perceber...e passam os dias para então como e sem querer esfriar para depois escrever...uma amargura pela desilusão..mimos de uma mulher mal criada por não entender e não querer o que está lá fora aprender, me tornam mais e mais egoista do que pensava ser...quase uma revelação do que não quero abdicar...mais uma lição. Necessária..Inclinar-me a gostar e entender o que repudio da maneira mais intensa..mas daí chego aqui e corro atrás das tuas palavras que levam-me na vida que a Myra tem..comparo com o presente que é passado e quase um futuro sempre aqui...Cada passagem...cada tempo ultrapassado...regenerado em força e determinação. Pergunto-me onde todos que assim são estão? Quando o idioma não tem tradução e vale-se simples e puramente por tanta identificação, semelhança constante. Prazer em ler, conhecer e entender...destinados a observar o que tantos ou apenas alguns tem a dizer.
Vou vasculhar para encontrar o que perdi. Voltar no tempo que não saiu daqui. Pensamentos sem ordem..sentimentos que estão, que vão. Sem ordem nem obediência..fui e continuo indo desse e de nenhum jeito se quer...sem querer rotular.
Saltos que precisam de atenção. Sem restrição pela certeza da compreensão.
Hoje estou entre tantos que não quero ouvir mas preciso estar. E claro não estão aqui só prá saber. Diferente de querer é precisar. A mais real ficção. Sem temer, apenas estar nesse viver. Momentos que a realidade se faz absurda e insana pela ingnorância que à acompanha. Ver alguém que consegue reagir a tudo o que rejeitamos. Pelo o que penso valer a pena.
Beijos aos dois pelo gosto de compartilhar o que um dia foi e hoje é tão hoje.
Beijos
E continuo a deliciar-me.... Muito obrigada aos dois mais uma vez por este trabalho fantástico!
Já pensaram numa publicação literária? Eu adoraria e como eu aposto que muitos mais!
Beijos Jorge, beijos MYRA!
Selena: o tempo passa e vc está aqui para nos recordar que mesmo do, continuamos juntos. É bom ouvi-la. Dá-me força para escrever. Beijos.
Menina do Mar: adoro que estejas a gostar. Essa ideia não é má. Vamos pensar nisso... mas há vários problemas. Bela ideia.
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Que adMYRAvel universo desta SENHORA!
Uma senhora do MUNDO!
Abraços!
Obrigdo Tonho.
Eu adorei ver tudo isso da querida Myra!Obrigado pela oportunidade!abração,chica
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