17.7.10

MYRA LANDAU - XII

A seguir à morte de Miguel, em 1966, Myra é pressionada pelo irmão, Iosif, a regressar ao Brasil. Recusa. Mesmo com todas as dificuldades que iria enfrentar, com a educação dos filhos, com as questões financeiras e burocráticas, Myra prefere ficar. Regressar era regredir. Regressar seria um fracasso. Enfrenta as situações adversas e faz das fraquezas forças. Talvez tenha sido este o momento em que deixou os sonhos juvenis. O momento em que se transformou verdadeiramente em mulher. Encarou a vida de frente. Amadureceu. Tornou-se Myra Landau, a mulher, a pintora, a escritora…

Os empregos não surgiam com facilidade. Após algumas desilusões, inicia uma colaboração com a revista Mexico This Month, de Anita Brenner.
Reinicia as suas exposições. Uma individual, na “Galeria Antonio Sousa”, na cidade do México e várias colectivas: no “Salão de Abril” (Museu de Arte Moderna, do Rio de Janeiro); na “Galeria Latino Americana” (Casa das Américas, em Havana); “Exposição Itinerante Plástica Mexicana” (Guatemala, Costa Rica, Nicarágua, El Salvador e Panamá) e “Autorretratos”, no Museu de Belas Artes, do México.
Em 1967 conhece Conception Zea amiga e “irmã” que passará a ser fundamental na sua vida. A relação com Pablo cresce tumultuosa e apaixonadamente. Uma relação total. A vida de Myra encontra um equlíbrio. Um equilíbrio assumidamente instável. Ela é a sua principal crítica. Sempre insatisfeita, sempre irrequieta.
Como ela própria escreveu em 1975: O que é a arte? Arte é tudo e tudo é arte, sempre e quando fazemos da nossa vida uma arte.

RITMO AZUL (1967; 1m x1m)


9 comments:

jugioli said...

MYRA: ALMA GRANDIOSA!!!!

BJS

Luísa said...

Estou encantada!
A mulher que gradativamente fui conhecendo, é uma imensidão de novidades!
Leio a biografia com curiosidade!Estou encantadamente espantada!
Obrigada pela partilha do conhecimento sobre este admirável SER!
Beijinho terno!

Selena Sartorelo said...

Olá Jorge,

Às vezes o tempo passa tão rápido ou morno demais que acabo me perdendo sem ler esses relatos, esses traços que me dão tanto prazer..culpo-me e cobro-me pelo cansaço das coisas pelas quais não tenho gosto nem desejopouco prazer em me cansar...e privo-me de tantos que realmente gosto de ler e de tudo que gosto de fazer ...essa coisa chamada coragem de sentir, criar no pintar de alguma forma a arte escrever pela própria inspiração a única razão...o seu próprio ser. Não parei nos últimos dias, puno-me na questão de não perceber...e passam os dias para então como e sem querer esfriar para depois escrever...uma amargura pela desilusão..mimos de uma mulher mal criada por não entender e não querer o que está lá fora aprender, me tornam mais e mais egoista do que pensava ser...quase uma revelação do que não quero abdicar...mais uma lição. Necessária..Inclinar-me a gostar e entender o que repudio da maneira mais intensa..mas daí chego aqui e corro atrás das tuas palavras que levam-me na vida que a Myra tem..comparo com o presente que é passado e quase um futuro sempre aqui...Cada passagem...cada tempo ultrapassado...regenerado em força e determinação. Pergunto-me onde todos que assim são estão? Quando o idioma não tem tradução e vale-se simples e puramente por tanta identificação, semelhança constante. Prazer em ler, conhecer e entender...destinados a observar o que tantos ou apenas alguns tem a dizer.
Vou vasculhar para encontrar o que perdi. Voltar no tempo que não saiu daqui. Pensamentos sem ordem..sentimentos que estão, que vão. Sem ordem nem obediência..fui e continuo indo desse e de nenhum jeito se quer...sem querer rotular.
Saltos que precisam de atenção. Sem restrição pela certeza da compreensão.
Hoje estou entre tantos que não quero ouvir mas preciso estar. E claro não estão aqui só prá saber. Diferente de querer é precisar. A mais real ficção. Sem temer, apenas estar nesse viver. Momentos que a realidade se faz absurda e insana pela ingnorância que à acompanha. Ver alguém que consegue reagir a tudo o que rejeitamos. Pelo o que penso valer a pena.
Beijos aos dois pelo gosto de compartilhar o que um dia foi e hoje é tão hoje.

Beijos

Menina do mar said...

E continuo a deliciar-me.... Muito obrigada aos dois mais uma vez por este trabalho fantástico!
Já pensaram numa publicação literária? Eu adoraria e como eu aposto que muitos mais!
Beijos Jorge, beijos MYRA!

Jorge Pinheiro said...

Selena: o tempo passa e vc está aqui para nos recordar que mesmo do, continuamos juntos. É bom ouvi-la. Dá-me força para escrever. Beijos.

Jorge Pinheiro said...

Menina do Mar: adoro que estejas a gostar. Essa ideia não é má. Vamos pensar nisso... mas há vários problemas. Bela ideia.

byTONHO said...



Que adMYRAvel universo desta SENHORA!

Uma senhora do MUNDO!

Abraços!

Jorge Pinheiro said...

Obrigdo Tonho.

chica said...

Eu adorei ver tudo isso da querida Myra!Obrigado pela oportunidade!abração,chica