Um dia, sabe-se lá porquê, decidimos montar um restaurante. Arrendámos espaço. Fizémos obras e atacámos o mercado...
Foi uma das piores iniciativas que tive em toda a
minha vida. A coisa passou-se ali em Caxias, terra morta, de difícil acesso, ao
lado da fedorenta ribeira de Laveiras. Acresce que ninguém tinha qualquer
experiência de restauração.
O restaurante. Chamava-se “Cozinha da Cartuxa”.
Os sócios eram o Zé Tó, que oferecia a grande vantagem do pai ter uns talhos e
a enorme desvantagem de beber que nem uma esponja; o Jó, que só tinha
desvantagens e o João e a Raquel, que se encarregaram da cozinha, coisa que nos
pareceu o mínimo indispensável para abrir um restaurante. O bar ficou para o Chico Zé e o Zé Carlos. O modelo de negócio era simples. À noite os clientes
empanturravam-se no restaurante e seguiam ao bar, onde passariam a
noite a beber cervejolas, whiskies de
malte e tostas mistas, até cair para o lado. Às vezes havia música ao vivo.
Ao almoço seria mais para negócios. Aos fins de semana, famílias inteiras de
caxienses acorreriam, depois da missa, deixando os petizes entretidos no parque
infantil, enquanto aumentavam o colestrol nas mesas comunitárias do refeitório. Este era o projecto...
Fotografia de Raul Barbosa (1975)
Fotografia de Raul Barbosa (1975)
6 comments:
Portanto, a pré-ementa...
E o Jorge, não tinha nenhuma missão ?
( Sigo para o III...)
Não estava mal pensado...
Al: um plano de negócios imbatível... O pior foi a "passa".
João: eu era a Missão!
formidavel, meu querido Jorge
Tou a ver, JORGE !...
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