A
violência acabou. A repressão amainou. Começou, então, a pressão política. Uma
pressão que assumiu proporções inenarráveis. As exigências não se fizeram
esperar. Eram pesadas e inegociáveis. Os mortos de 3 e 4 de Dezembro
mantinham-se nas urnas, por enterrar. E assim ficaram até à assinatura do
acordo, a 29 de Janeiro de 1967. Todos os dias os chineses lembravam os mortos.
Publicavam fotografias dos cadáveres. Uma pressão total. Em 25 de Novembro de
1966, chegou a Macau o novo Governador, Nobre de Carvalho. Apenas ao aterrar em
Hong Kong, o Governador toma conhecimento da situação em Macau. Até aí nada lhe
tinha sido dito. Absolutamente extraordinário. Mal chega a Macau, Nobre de
Carvalho tem de iniciar a complexa negociação com os chineses e com Lisboa. O
Governo de Lisboa mantinha-se irredutível. Salazar escreve um telegrama, em que
resumia a sua posição: “Confirmar que, em caso de necessidade, todos cumprirão
o seu dever, mesmo com os maiores sacrifícios”. Um telegrama em tudo semelhante
ao enviado para a Índia Portuguesa, imediatamente antes da invasão das tropas
de Nehru.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
2 comments:
8 mortos.
Os chineses choraram 8 mortos.
...
Quanta ironia e manipulação!
ai daqueles que têm de lidar directamente com a prepotência! Se dizem "não" são condenados pelo presente, se dizem "sim" são condenados pelo futuro!
Post a Comment