16.2.12

HISTÓRIA DE MACAU - XXI

A violência acabou. A repressão amainou. Começou, então, a pressão política. Uma pressão que assumiu proporções inenarráveis. As exigências não se fizeram esperar. Eram pesadas e inegociáveis. Os mortos de 3 e 4 de Dezembro mantinham-se nas urnas, por enterrar. E assim ficaram até à assinatura do acordo, a 29 de Janeiro de 1967. Todos os dias os chineses lembravam os mortos. Publicavam fotografias dos cadáveres. Uma pressão total. Em 25 de Novembro de 1966, chegou a Macau o novo Governador, Nobre de Carvalho. Apenas ao aterrar em Hong Kong, o Governador toma conhecimento da situação em Macau. Até aí nada lhe tinha sido dito. Absolutamente extraordinário. Mal chega a Macau, Nobre de Carvalho tem de iniciar a complexa negociação com os chineses e com Lisboa. O Governo de Lisboa mantinha-se irredutível. Salazar escreve um telegrama, em que resumia a sua posição: “Confirmar que, em caso de necessidade, todos cumprirão o seu dever, mesmo com os maiores sacrifícios”. Um telegrama em tudo semelhante ao enviado para a Índia Portuguesa, imediatamente antes da invasão das tropas de Nehru.

2 comments:

Li Ferreira Nhan said...

8 mortos.
Os chineses choraram 8 mortos.
...
Quanta ironia e manipulação!

daga said...

ai daqueles que têm de lidar directamente com a prepotência! Se dizem "não" são condenados pelo presente, se dizem "sim" são condenados pelo futuro!