À tarde,
sentado na janela, com as pernas magritas para fora da balustrada, anotava religiosamente
todos os carros que passavam na Rua Bernardim Ribeiro, respectivas marcas e
matrículas. À noite apresentava, responsavelmente, o relatório do dia ao meu
pai que, ainda fardado e vindo algures de um qualquer exótico local das Forças
Armadas, tomava conta da ocorrência. Os carros eram tão poucos que em breve
comecei a tomar nota da cor e do número de passageiros transportados. Nada que
prejudicasse drasticamente o relatório final, nem que impedisse as conclusões
estatísticas do meu pai.
7.12.16
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3 comments:
O meu irmão ainda vivo, anotava os navios ( país de matrícula, nome, tipo e Companhia ).
Agora os netos, o tempo o tempo disponível é para os joguinhos dos tablets...
No meu tempo, jogava Damas ou Paciências com a minha Mãe.
Sempre conversávamos nos entretantos...
E como será daqui a 5 ou 10 anos ?
Anda tudo ligado à net.
Eu nunca anotei nada!!
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