7.12.16

COMIGO MESMO - VI


À tarde, sentado na janela, com as pernas magritas para fora da balustrada, anotava religiosamente todos os carros que passavam na Rua Bernardim Ribeiro, respectivas marcas e matrículas. À noite apresentava, responsavelmente, o relatório do dia ao meu pai que, ainda fardado e vindo algures de um qualquer exótico local das Forças Armadas, tomava conta da ocorrência. Os carros eram tão poucos que em breve comecei a tomar nota da cor e do número de passageiros transportados. Nada que prejudicasse drasticamente o relatório final, nem que impedisse as conclusões estatísticas do meu pai.

3 comments:

João Menéres said...

O meu irmão ainda vivo, anotava os navios ( país de matrícula, nome, tipo e Companhia ).
Agora os netos, o tempo o tempo disponível é para os joguinhos dos tablets...
No meu tempo, jogava Damas ou Paciências com a minha Mãe.
Sempre conversávamos nos entretantos...
E como será daqui a 5 ou 10 anos ?

Jorge Pinheiro said...

Anda tudo ligado à net.

Anonymous said...

Eu nunca anotei nada!!