17.2.12

HISTÓRIA DE MACAU - XXII

No dia 16 de Janeiro, a comunidade chinesa adoptou a política dos três nãos: não entregar impostos; não prestar serviços ao Governo (incluindo abastecimento de água e electricidade); não vender produtos portugueses. Entretanto, emergiram figuras que, até aí, se tinham mantido na sombra. Ho Yin, o líder da comunidade chinesa, é relegado para segundo plano. Emergem dirigentes comunistas. Entre eles, Ho Cheng Peng, administrador da sociedade comercial “Nam Kwong”. Uma sociedade que tutelava os interesses chineses em Macau, controlada pelo Comité de Trabalho de Hong Kong e Macau, do Partido Comunista Chinês. Em Macau, o Conselho de Defesa estava reunido quase em permanência, sob a presidência de Nobre de Carvalho. Eram reuniões contínuas até altas horas da noite. Alinhavam-se argumentos. Definiam-se estratégias. Tudo em vão. As tentativas de chegar a um texto de acordo aceitável pelas duas partes sucediam-se. As negociações eram conduzidas pelo Dr. Assumpção, advogado macaense e representante de Macau junto da Câmara Corporativa, em Lisboa; por Roque Choi, secretário e braço direito de Ho Yin; e por Mesquita Borges, chefe de gabinete do Governador. Entretanto, por imperativa exigência chinesa, tinham sido demitidos o Mota Cerveira, Galvão de Figueiredo e Vaz Antunes. O Comando da Polícia passou a ser exercido, interinamente, pelo capitão Lages Ribeiro.

2 comments:

Li Ferreira Nhan said...

"política dos três nãos"...
...
é uma idéia!

Jorge Pinheiro said...

Até podem ser mais :))